Este domingo enquanto dava razão aos que me chamam desocupada, assistindo O fausto silva e sua final da dança dos artistas, quase morri torturada por minha Própria necessidade de não perder! Mesmo que Um palpite, ele para mim tem que estar sempre certo. E foi muito desesperador ver minha preferida Sharon, perder. Mas,algo estava para acontecer, Logo após divulgado o resultado, foi dado o inicio de um espetáculo de dissimulação por parte da vencedora, que fazia cara de desespero com uns rompantes de descrença, um rosto totalmente incrédulo com alguns tremeliques, então a perdedora imediatamente utilizou suas próprias mãos para quase que esculpir um sorriso no rosto de sua vencedora. Este gesto de Sharon me levou imediatamente para uma sala de aula há uns seis anos, quando minha professora de literatura me deu a tarefa de transformar um poema em paródia, como é o nome original da obra, não recordo, mas minha paródia marcou minha vida, Chamava-se: Sete chances de ter face. Algumas frases soltas eu ainda lembro como; (o homem atrás da mascara pode ser sério e pode ser triste só não pode conversar), este dia foi mais um dia de descoberta na vida de um jovem ser, antes mesmo de conhecer sheron e sua dança, eu soube que as mascaras existem, tantas que morrerei sem conhecer todas, mas o pior para minha jovem alma era aceitar que morreria sem descobrir quem esta por traz de todas as mascaras que vivem ao meu redor, mascaras tão queridas, amadas por mim, cuidadas, invejadas, elas me fazem rir, me irritam, dão razão a minha vida. Parece insano pensar nestas pessoas como mascaras como frutos do meio, mas este mesmo argumento que me torna insensível, nada passional e até pessimista, é o que me permite perdoar os portadoras de mascaras que amo e os que odeio. Perdôo porque sei que as mascaras são passageiras, sei que o portador administra suas mascaras como pode, até porque, elas são oportunistas, umas são obedientes, outras dão lugar a próxima quando julgam necessário, automaticamente e rápido que até seu portador demora a aceitar.
Não culpo as mascaras pela falsidade, a dissimulação, a sensualidade, a sordidez, o amor inventado, e muito menos pelos elogios comprometidos. As considero necessárias, é por elas que experimento o amor e ódio, é por saber de sua existência que sei ser possível amar e odiar ao mesmo tempo, nada é tão imperfeito, nada é tão completo. Ao passo que cada portador possui muitas mascaras posso dizer que amo os portadores, mesmo aqueles que não sabem bem como controlar suas mascaras, os chamados (inocentes). Amar o portador não me obriga a amar sua coleção de mascaras, amo aquelas que me favorecem ou que combinam com as minhas, sempre tive para mim a estratégia de que se porventura uma das cretinas aparecerem em meio a uma conversa amigável, teria eu duas opções: retirar-me juntamente com minha mascara de amor, ou imediatamente trocaria por outra mais adequada à companhia. Depois de Sheron tentar forçadamente pintar um sorriso por cima da mascara, percebi que não posso eu com minhas próprias mãos obrigar o portador a trocar sua mascara para uma que me agrade, que me fará feliz, ou que até mesmo no caso de Sheron não tire a dignidade da mascara que eu mesma esteja utilizando. O sorriso da derrota foi acolhedor e tão dissimulado quanto o da Vencedora,Porém, ele cabia perfeitamente a ocasião, mas a Expressão da vencedora contrastava enormemente com tudo, tornando visível que a atriz na soube lançar mão de sua coleção. Ato desesperado de sheron aquele, mas quando se percebe que são mascaras e momentos adequados que fazem seus portadores isto ou aquilo temos a necessidade de obrigar o portador a trocar (como fez a vencida com a vencedora) ou caímos em desespero e medo de jamais conhecer a face real de quem amamos, ou de nossos oponentes. Só o que sei até então é que talvez a resposta esteja justamente em nós mesmos, quando reconhecermos nossas mascaras e um dia nos despirmos delas, aprenderemos a viver o vazio de um rosto ainda por mascarar, encontraremos o provável portador que habita em todo ser humano. Quem sabe o mais verdadeiro seja realmente se perder para construir e escolher a mascara que tem mais a contar sobre nossa face interior de eternos portadores de mascaras!
Mais um tempo
Há 4 anos